Comunicar pode ser fácil... Se no tempo que a vida nos permite procurarmos transmitir o essencial, desvalorizar o acessório e contribuir, num segundo que seja, para que a mensagem se assuma como tal e não como um universo de segredos...

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Fev 07
Jardim demitiu-se...Depois de uma fase conturbada devido ao processo da Lei das Finanças das Regiões Autónomas (LFRA) esperava-se um período de monotonia políticas e, consequentemente, nos meios de comunicação social.
Depois do debate habilmente alimentado pela comunicação social, as páginas da política estariam a preparar-se para construir uma nova agenda mediática. Jardim mudou as cartas do jogo.

Politiquices à parte, para a comunicação social regional a decisão de Jardim abriu um novo período noticioso que alimentará um frenesim editorial, altamente favorável para quem faz da política um trunfo para aumentar as audiências e as vendas. O “carnaval eleitoralista e política” seguirá caminho até o verão e a comunicação social agradece.

O que se pede aos media neste período da vida da Região? Na minha perspectiva uma coisa essencialmente: clarividência.

Jardim encontrou motivos para se demitir após um período de convívio político aceso com um governo nacional socialista (sendo certo que não é só a questão da LFRA que provocou discordâncias).

Questionar de forma simplista as suas razões, a sua visão e pretensões é ignorar a sua experiência política e menosprezar a sua capacidade de leitura das nuances actuais e futuras da realidade regional e nacional.

Depois de encontrados os motivos, Jardim, numa atitude democrática (onde fica o tão propalado défice democrático neste quadro político?), fez propostas ao povo. São claras e não precisam de segundas leituras ou de teorias da conspiração para serem compreendidas.

Primeiro – o povo deve decidir que tipo de governação quer, qual o partido, que tipo de defesa da autonomia quer e quem quer a representar a Região. Em democracia que escolhe e decide é o povo..

Segundo – um novo paradigma de desenvolvimento é a segunda proposta de Jardim e, no meu ponto de vista, aquela que deverá estar no centro da campanha que se avizinha. Por isso, o que se deve pedir aos jornalistas numa altura destas é clarividência no sentido de darem a conhecer ao povo eleitor as propostas existentes, ou a ausência delas, e também no sentido de pressionar os políticos em batalha a abordarem o futuro da Madeira com seriedade e sem demagogias.

O que deve o povo esperar destas eleições?
Primeiro, que seja um referendo político a uma verdadeira autonomia, daquelas que permita dizer que não queremos nem mais um chavo do rectângulo mas que daqui também não sai mais nenhum tostão para o OE. Daquelas que só devemos respeitar soberania. .
Segundo, uma clarificação dos passos que a Madeira, como um todo, dever dar para alcançar um desenvolvimento sustentável e com ambição.
Quem defeder que não podemos ser auto-sustentáveis que fique a saber que isso não passa de receio de ir mais longe ou de puros desconhecimento porque basta olhar para o sucesso atingido por ilhas semelhantes ou mais pequenas que a nossa Madeira para perceber essa possibilidade. Temos os mecanismos necessários? Claro que sim. Podemos ter outros ou melhorar os existentes? É desejável que assim seja. Como tal o que povo deve esperar e exigir é que venham as propostas e não as críticas baratas e ignorantes. É disto que a Madeira precisa. Por isso, é importante que os meios de comunicação e os jornalistas seus profissionais sejam clarividentes e que usem do bom-senso na cobertura que vão fazer daqui para a frente.

Aos partido cabe a dimensão da propaganda e aos jornalistas a leitura atenta sobre os truques dessa propaganda.
O meu voto é que a comunicação social saiba expôr as fraquezas e as forças de umas ou de outras propostas. Para que isto aconteça os jornalistas terão de se desprender do tudo o que têm feito, escrito e esquematizado até agora.
Este é o momento do “ponto sem retorno”.
publicado por Marco Freitas às 23:10

Li com atenção a nota do Francisco Cardoso, donde se realça a preocupação sobre as questões sociais... não perdendo de vista a questão da mudança de paradigma económico na Madeira.

Uma primeira nota para dizer que é precisamente este tipo de debate que deve começar a correr na Madeira, tanto a nível da população em geral como das pessoas e organizações com influenciam e voz activa no desenvolvimento da Região. E, mais uma vez, digo: os jornalistas têm aqui um papel fundamental ao exigir um debate que vá oalém das brigas políticas e das promessas demagógicas.

Uma segunda nota para comungar da tua preocupação sobre as questões sociais. Podemos equacionar um novo modelo de desenvolvimento sem considerar os aspectos de âmbito social? É claro que não... Aliás, esse modelo que deverá ser mais orientado para as áreas de serviços, deverá inclusive pensar uma formas de integrar os trabalhadores desempregados,com ou mais escolaridade. Diz-se que "na natureza nada se perde tudo se transforma"... Ora, para um povo que viveu séculos isolado do mundo, que teve de construir estradas e romper túneis em escarpas, que aprendeu a vencer a barreira do mar, não será possível mudar as perspectivas? Não será possível orientar os trabalhadores da Região para outras áreas que não a construção e os sectores tradicionais, que cada vez mais confirma a sua falência? E também não será possíve redimensionar os sectores em crise por forma a tirar a máxima rentabilidade e a criar nichos de mercado muito específicos que, no mínimo garantem um número interessante de postos de trabalho e, em última instância, a longevidade e qualidade do nome Madeira no mundo (no caso dos produtos tradicionais)?

Caro amigo, penso que sabemos que isso é possível se destas eleições e da discussão que decorrerá entretanto resultar um espírito empreendedor e de algum sacrifício em prol de um bem maior: o bem global da Madeira.

E insisto, talvez por defeito da minha formação, os meios de comunicação social devem estar atento e marcar uma agenda temática e mediática que permita este tipo de discussão séria, critica e construtiva. Diria, até... Criativa
Marco a 28 de Fevereiro de 2007 às 13:01

Concordo (quase) em pleno com essa tua análise, caro 'astrisco'. No entanto gostaria de deixar aqui uma nota que é de importância crucial nesta questão. Não ponho em causa a legitimidade do presidente cessante em querer alterar as regras do jogo, jogando com as mesmas 'armas' do Governo Central socialista. Não podendo cumprir o Programa de Governo já idealizado, A.J. Jardim terá a oportunidade de reformular o modelo de desenvolvimento que, diga-se, tem-se baseado fundamentalmente na infra-estruturação.
A questão que coloco é: Sem o dinheiro para obras de vulto, o Governo Regional irá alterar o modelo de desenvolvimento, apostando (agora sim) na qualificação dos madeirenses, na internacionalização das empresas e na reestruturação de sectores 'moribundos', como são exemplo os tradicionais (artesanato, bordado ou mesmo a agricultura)?
Uma excelente oportunidade (que será fortalecida, a acreditar nos resultados da sondagem publicada no Diário de Notícias, desta quarta-feira, 27 de Fevereiro) para que a Madeira entre na era da 'Revolução Cultural', como Alberto João Jardim defendeu na sua moção e discurso no Congresso do PPD/PSD, em Maio de 2004.

PS: Em baixo reproduzo parte do texto publicado no Diário de 9 de Maio de 2004.

"Mas concretamente sobre os próximos quatro anos da Região ficou uma certeza dada pelo presidente da Comissão Política Regional, que não deixou de reconhecer a existência de «focos de pobreza e marginalidade» na Região, algo que quer ver combatido nos próximos quatro anos, garantindo que há-de ser feito uma «inventariação em todos os concelhos e freguesias» da Madeira dessas bolsas de exclusão social. D Isto sem deixar de ressalvar que em todos os países, mesmo nos mais ricos existem focos de pobreza que são impossíveis de eliminar por completo. D Inclusão social que será assim uma das prioridades do próximo programa de governo, em que a terceira idade, a juventude e a família serão preocupações centrais. D Contudo é preciso mudar as «mentalidades». Uma «Revolução Cultural» é o que quer Alberto João Jardim. D E para que essa revolução seja feita, a «informação e a interactividade» entre as pessoas tem um papel importante a desempenhar, deixando-se de lado os pequenos dramas, «a bilhardice e a inveja», como afirmou. D No âmbito desta mudança que quer assente na "Inovação e Desenvolvimento" – as palavras de ordem deste congresso – ficou a garantia de que, nos próximos anos, «a política de incentivos» vai ser mudada para «premiar» quem investe, seja em que campo for no progresso da Madeira, tendo também pedido, para isso, uma sociedade mais participativa e que esteja menos à espera da iniciativa pública".
End of quote! Let's wait to see!!!
Francisco Cardoso a 27 de Fevereiro de 2007 às 16:10

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