Primeiro, isto significa que a medida de tornar gratuito o título colheu resultados interessantes e positivos em termos de leitores e de audiências, confirmando-se as vantagens da estratégia e da decisão do jornal.
Segundo, considerando-se que foi uma medida de gestão esperam-se outras soluções para rentabilizar o jornal de todos nós. Medidas de natureza empresarial e outras do foro editorial.
Terceiro, o notado interesse em ler o JM deve ser compensado com uma resposta positiva do jornal junto dos leitores, quer na melhoria dos conteúdos sobretudo ao nível da opinião quer no aumento de anunciantes, já que a ambos os níveis existem mais-valias informativas que os leitores podem receber.
Quarto, no caso de não se vislumbrar outras medidas de natureza empresarial podemos perfeitamente indagar que razões subjacentes levaram a tornar o JM gratuito e, sem a sua existência, equacionar seriamente o fim do projecto editorial do mesmo.
Quinto, considerar este fim pode parecer um exagero mas, mesmo com a protecção governamental, se nada for feito para participar activamente no mercado, o facto será incontornável pois não haverá leitores suficientemente interessados e, consequentemente, anunciantes para manter o projecto.
A somar à falta de gestão credível estão factores como o impacto da internet nas camadas mais jovens, a mudança cultural da sociedade com influência nos hábitos de leitura, o crescente desligar dos temas que tanto fazem correr tinta no papel, como é o caso da política.
A sociedade está a mudar. Se um jornal, seja ele qual for, pretende manter a sua actividade neste sociedade em mutação só tem de fazer uma coisa: acompanhar os passos da opinião pública, antecipar-se e manter os leitores, independentemente do suporte físico que utilizar.