Um dos aspectos relevantes do estudo é que os madeirenses parecem mostrar uma maior maturidade sobre o tema, talvez porque convivem com ela, pois são menos que os continentais a dizer que a Madeira deve ser independente. Na essência, porque não acham que é altura para isso ou simplesmente porque não atribuem valor superior e imediato à problemática. Já os continentais, parecem querer desligar-se da Madeira, porque estão fartos desta batalha política ou por puro gozo de imaginar uma Madeira incapaz de se auto governar. Podemos considerar que a temática da independência está a entrar no pensamento português continental? Seria um aspecto interessante a considerar e a estudar, designadamente do ponto de vista do lobby político que a Região tem feito directa e indirectamente através da comunicação social. Quanto ao mais, nada de novo no facto dos madeirenses quererem mais autonomia (aspecto que o PS nacional e regional ignoraram por completo nas últimas eleições) bem como o facto de não acharem que há défice democrático ou mesmo intenções separatistas nos discursos autonómicos locais.
Uma nota final para comungar da ideia de que o tema da independência ganhou novo fôlego com a gestão desastrosa de Sócrates em relação ao contencioso com as ilhas. Se este tem sido agitado pelo PSD-Madeira, às vezes de forma inconsistente e demagógica, a verdade é que o estado de espírito da população em relação as decisões do Terreiro do Paço é cada vez mais negativo. E como quem semeia ventos colhe tempestades talvez o tema da independência se torne mais presente na vida regional do que é esperado pelos políticos.