Respeitando o espírito deste blog, (de aceitar a crítica e valorizar a diferença de perspectiva e de opinião) é importante que se diga que o erro nunca foi atribuído aos correspondentes do canal da Região pessoas por quem tenho a maior estima pessoal e profissional mas sim à edição nacional. Não podia ser de outra forma e para quem acompanha esta actividade com alguma distância e seriedade não deve pensar outra coisa.
Uma leitura atenta ao meu comentário permite identificar quem são os responsáveis, materiais e morais, por acontecer situações semelhantes, tantos nos canais de televisão ou de rádio e nos títulos impressos. Para que fique claro: as chefias editoriais que elegeram o jornalismo sanguinário como prioridade e os políticos que alimentaram este tipo de jornalismo com as suas posturas e estratégias.
Como tal, servir-se do comentário feito neste blog para denegrir a imagens daqueles profissionais madeirenses é de muito mau tom e muito certamente revelador da sede destrutiva que alimenta a sociedade de hoje Ser construtivo é muito raro nos dias de hoje e muito pouco valorizado. Prefere-se dar prioridade à mesquinhez, à critica destrutiva, ao denegrir quem não pertence ao mesmo tipo de esquema conspirativo e socialmente dependente de pequenos gurus da verdade.
Aprendi a lição, serei ainda mais claro nos meus comentários para evitar aproveitamentos descontextualizados com fins mesquinhos de prejudicar esta ou aquela pessoa. Não é o objectivo deste exercício de cidadania que é o *astrisco*, ao contrário de muitos outros blogs que pululam por aí.
Quanto ao tom irado com que tenho vindo a manifestar opinião no meu blog está muito relacionado com a passividade com que se olha para o dia-a-dia, sem vontade de fazer e de dizer mais, sem procurar soluções para os mais pequenos e os maiores problemas. Encontramos alguma denúncia, é verdade; mas sem acção correspondente. Isto não é frustrante quando vemos uma região a precisar de reacção, quando vemos uma país em curva descendente e sem soluções no horizonte?
O que aconteceu na SIC acontece inúmeras vezes noutros meios. Este caso foi somente utilizado como exemplo daquilo que se tem passado em termos de jornalismo nacional em relação à Madeira. Há outros melhores reconheço, mas o facto de ter acontecido num dos canais mais rigorosos do nosso panorama chocou-me e deixou-me preocupado pois as situações de contágio são bem possíveis.
Um dos alvos de que falo, verdadeiramente responsável por se ver um jornalismo que politiza tudo o que acontece na região é, precisamente, todos os políticos na região e no país que tratam da Madeira sob esse prisma.
A Madeira é muito mais do que a sua vida política . Todos concordarão. Mas então porque se faz tão pouco para dizer ao Continente que olhe para nós com outras perspectivas? Todos devemos fazer um pouco para que essa ideia mude e, da minha parte, este é o meu singelo contributo: o alerta de situações pouco correctas.
Foi um engano, um erro editorial despropositado. Até podia não ser! A SIC está no direito que colocar as imagens que bem lhe aprouver para acompanhar qualquer off ou peça jornalística.
Mas este engano reflecte estereótipos subjacentes sobre a visão de há da Madeira. Se houve uma grande dose de inconsciência nesta falha não podemos falar de outras da mesma forma. Fará algum sentido que seja a figura do presidente do Governo Regional a aparecer numa fotografia numa peça de um qualquer diário cujo tema é o impacto de uma actividade económica na Região? Para quem vê o mundo sob o signo da política, talvez. Para quem precisa de se mostrar a outro nível é absolutamente redutor porque encontra uma barreira para mostrar aquilo que a Região é e o que pode ser.
Infelizmente, muito do jornalismo nacional que se faz sobre a Madeira está reduzido à política e à desgraça. E nisto, a par das chefias editoriais nacionais, as entidades governativas regionais têm uma enorme responsabilidade pois nunca foram capazes de colocar em prática uma campanha de lobby a alertar para a outra Madeira. Contra factos não há argumentos Se a Madeira não apresenta factos vencem os argumentos.
O autor do *astrisco*
Marco Freitas