Comunicar pode ser fácil... Se no tempo que a vida nos permite procurarmos transmitir o essencial, desvalorizar o acessório e contribuir, num segundo que seja, para que a mensagem se assuma como tal e não como um universo de segredos...

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Mar 16

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Há algum tempo que se verifica uma maior aposta das empresas na publicidade online do que na TV tradicional... Os jornais têm sido as principais vítimas desta alteração de paradigma, como confirma o caso recente do Diário Económico que fechou a sua edição em formato papel. 

 

Esta mudança tem duas vertentes: o aparecimento de novas formas de comunicar e publicitar por parte das empresas, que aos poucos começaram a dispensar o papel intermédio dos media tradicionais, com os seus riscos; e uma outra, que diz respeito às empresas de comunicação social e à sua capacidade de adaptação a este mundo online.

 

No segundo caso, no mundo mas em especial no nosso País, houve uma clara dificuldade em querer mudar os paradigmas arrastando as empresas para situações económicas difíceis. A mudança está a fazer-se e é preciso reagir com mais eficiência. 

 

Acredito que há um meio termo e que as empresas ainda precisam - e muito provavelmente vão sempre precisar - da credibilidade dos media para certificar a sua informação. A ver vamos.

 

Marco P. Freitas

 

 

publicado por Marco Freitas às 15:23

(Texto publicado no Diário de Notícias da Madeira, 19032016)

 

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Ribeira Funda, Madeira. Lugar praticamente parado no tempo. Lá, troquei palavras com uma senhora que não conhecia o mundo e que hesitou na idade da sua longa vida. Ali, senti a insignificância das dimensões Espaço e Tempo. Vive-se porque se está vivo.

Como outros na linha de montagem da vida, questiono a ditadura do Tempo e os seus efeitos. Creio que vivemos cansados e encurralados com o que nos rodeia e, por isso, andamos a garimpar um novo começo, uma sociedade diametralmente mais sã e equilibrada.

 

A montra desta pressão temporal são os MEDIA. Através deles valorizamos tanto o (i)mediatismo que as nossas conquistas, pessoais e sociais, são calendarizadas numa rede social online que deslumbra, ilude e promove o voyarismo. O percurso dos acontecimentos na agenda mediática mostra a textura volátil do real. O consumo exponencial do Espaço e do Tempo mediático-virtual canibaliza a realidade e hoje vivemos mundos paralelos: o da rede online e o outro.

 

Já vencemos dois meses de 2016 tendo como pano de fundo os traços marcantes de 2015, o ano em que o mundo fixou todos os medos. Os fazedores de opinião foram unânimes: 2015 foi instabilidade, incerteza, caos e medo. O ano navegou mediaticamente entre os inquéritos políticos à Banca, vencidos no ranking pelos ataques terroristas ao Charlie Hebdo e pelos ventos da crise política grega. Confusos, os burocratas da UE deram-se ao luxo de arrastar a crise dos refugiados que disparou com um naufrágio no canal da Sicília. O assunto passou por muitas eleições.

 

Menos atractiva, a guerrilha política entre os pró e os contra austeridade foi pincelando a agenda, como na altura da rendição de Tsipras e Vourofakis. Os efeitos colaterais marcaram Portugal, também alvo desta batalha ideológica, porque quando Costa perdeu eleições e se insinuou ao cargo de Primeiro-Ministro levou a sua avante com mérito e colossal ajuda da Esquerda mais à esquerda, vingando a derrota internacional do Syriza.

Entre as novelas políticas, o assunto dos refugiados foi perdendo colunas, cabeçalhos e segundos televisivos, recuperando a influência na agenda quando uma foto de uma criança imóvel nas ondas de uma praia na Turquia humanizou o problema. Manteve-se na berlinda quando foi relacionado com a onda de ataques terroristas na Europa.

 

Em 2016, a agenda continua marcada por palavras como instabilidade, terrorismo, refugiados, lesados do BES, Troika, corrupção, problemas climáticos, Banif, colapsos financeiros e austeridade. Tons negativos amplificados pelo buzz irritante das redes sociais. O mundo está do avesso e tem dificuldade em lidar com isso.

A “cronofobia” dos tempos recentes sinaliza duas tendências que me preocupam: há pouca esperança para o Planeta tal como o conhecemos e o conformismo de que é impossível escapar à avalanche dos medos e do caos, venha de onde vier.

 

Por acreditar que a Lei da Necessidade faz mover o Homem e forma interesses e objectivos, eu submeteria à Ágora mundial uma única determinação: a de se viver bem, sem a medida do Tempo.

 

Por isso, porque não experimentamos eliminar a pressão do ontem, do agora e do amanhã? Precisamos do Tempo para aprender? Não iremos envelhecer na mesma? Não evoluímos socialmente sem idade? Para quê submeter-se ao Tempo quando estamos confinados a um limite verticalmente finito!?

 

Marco P. Freitas

 

 

publicado por Marco Freitas às 15:02

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