A Assembleia Legislativa Regional vai discutir o Orçamento para 2011. Através da comunicação social já têm sido esgrimidos argumentos sobre a orientação do orçamento, cuja nota comum dos intervenientescorresponde ao debate mantido no palco nacional: ou seja, à defesa de um plano para reagir à crise de forma pontual, sem cuidar do futuro distante, apesar das previsões macroeconómicas negativas para os próximos anos.
Comprovado este cenário, será avisado adiar a reflexão sobre a saúde da economia local e sua perspectiva a longo prazo? Para quando um entendimento entre as "forças vivas" da RAM - governantes e partidos, empresários, organizações representativas e profissionais dos vários sectores - no sentido de elaborar um plano concreto, rigoroso e mensurável para o futuro?
As fraquezas económicas da Madeira estão identificadas e algumas são insolúveis. Mas, falta comunicação, partilha de responsabilidade, humildade para ceder e juntar o melhor de todos, tendo como supra objectivo recolocar a RAM no caminho do desenvolvimento. Um esforço que passa pela defesa das empresas, pelo apoio incondicional aos sectores eficazes da economia, pelo reforço da formação e pela educação dos jovens para o empreendedorismo, pela autonomia financeira e económica do OE e da UE.
Há que apostar na diversificação da economia; defender os madeirenses das oscilações externas e da dependência do monoproduto; proteger a Região da péssima reputação da nação portuguesa nos mercados internacionais; criar um programa de emprego adequado e desenvolver políticas económicas que nos coloquem no caminho das valias da globalização.
A maioria parece aceitar estes caminhos. O que falta(?): uma vontade férrea para por em prática soluções inteligentes.
Marco Paulo Freitas