O segundo maior jornal dos Estados Unidos, o USA Today vai proceder a uma reforma para conquistar mais leitores e anunciantes, reforçando a aposta na sua plataforma online.
O publisher do jornal, David Hunke, declarou à Associated Press que o jornal deve demitir cerca de 9 % do seu pessoal – o equivalente a 130 funcionários dos 1500 empregados pelo jornal - a partir de Setembro.
De acordo com a Associated Press, ainda não está definido quais os departamentos que sofrerão mais com estes cortes que pretendem combater a perda de publicidade do diário.
No segundo trimestre deste ano, o USA Today vendeu 580 páginas a anunciantes, metade do que registou no mesmo período em 2006. O jornal, que pertence ao grupo editorial Gannett, deixou claro que a mudança será a mais dramática de seus 28 anos de existência mas que estas o irão preparar para os próximos 25 anos.
As diferentes áreas editoriais - Notícias, Desporto, Dinheiro e Vida - deixarão de ser geridas separadamente por editores. Segundo a Associated Press, a redacção passará sim a funcionar por "anéis de conteúdo", coordenados por editores que serão nomeados ainda ano.
Ainda segundo a Associated Press, o USA Today vai se focar menos no impresso e mais na produção de conteúdo para todas as plataformas digitais, como internet, telemóvel e iPad. "Temos de ir de encontro à audiência", referiu o editor-executivo John Hillkirk à agência. "Se as pessoas estão loucas atrás do iPad, do iPhone ou de outros dispositivos móveis, temos de estar lá com o conteúdo que elas querem, no momento que elas quiserem". No caso do iPad, o tablet da Apple está a criar nos media a expectativa de novas assinaturas e receitas publicitárias.
O USA Today procura também novas formas de atrair anunciantes e criar novos negócios impulsionados pela mudança na forma de produzir conteúdo.
Em entrevista à Associated Press, Hunke afirmou que sob circunstância alguma a integridade editorial será afectada. O Publisher do USA Today declarou ainda: "Não vejo problema em procurar novas estratégias que funcionem para os anunciantes. Se assim o fizermos teremos um futuro próspero."