O presente e o futuro dos media passam pela aposta em novas formas de comunicar como a infografia, técnica que também pode contar histórias e captar a atenção do leitor, defenderam hoje em Lisboa dois especialistas da infografia mundial.
Alberto Cairo e Aitor Equino, duas referências nesta área, estão em Lisboa para dar um ‘workshop’ sobre infografia multimedia que terá lugar entre hoje e sexta-feira na sede da agência Lusa.
Na opinião de Alberto Cairo - professor de jornalismo da Universidade da Carolina do Norte e antigo diretor do departamento de infografia na edição on-line do El Mundo -, a infografia é uma linguagem de comunicação adicional a todas as outras linguagens de jornalismo, mas mais adequada e útil para histórias com elevados componentes geográficos ou quantitativos, ajudando com mapas, cartografias e dados estatísticos.
"A infografia é uma linguagem jornalística. Da mesma forma que temos de apostar no vídeo porque algumas histórias só podem ser contadas dessa maneira, o mesmo tem de ser feito com a infografia porque há historias que só pode ser contadas dessa forma", disse em entrevista à Lusa.
O presente o futuro do jornalismo, frisou, passam pela multimédia e por todas as linguagens existentes, entre as quais o vídeo e a infografia.
"O texto continua a ser muito importante, é o primeiro a ser procurado pelo leitor quando clica num site, mas depois de ler uma introdução textual da história, o leitor procura outras formas de comunicar", adiantou.
Já para Aitor Eguinoa, que trabalhou nas secções de infografia de alguns dos jornais mais importantes de língua espanhola como El País, El Correo e La Nación, a infografia tem como fim único melhorar a informação.
Questionado sobre o uso da infografia em Portugal, Aitor Eguinoa disse que existe já um bom trabalho nesta área embora ainda pouco generalizado.
"Há ainda medo em arriscar. Medo de não saber fazer bem", disse.
Contudo, Aitor Eguinoa defende que há muitas vantagens na aposta desta nova forma de comunicar, vantagens para os meios de comunicação social, para os jornalistas e para os leitores.
"É complicado começar mas uma vez conseguido o primeiro passo a recompensa é grande", frisou.