Comunicar pode ser fácil... Se no tempo que a vida nos permite procurarmos transmitir o essencial, desvalorizar o acessório e contribuir, num segundo que seja, para que a mensagem se assuma como tal e não como um universo de segredos...

24
Ago 07
A análise da cobertura noticiosa relacionada com a demissão de Alberto João Jardim e consequente período eleitoral tem sido tema principal no *astriso*.
Como os nossos leitores sabem, já foi elaborada uma primeira análise ao período que rodeou a decisão de Jardim e ao mês que se seguiu, Março.
O passo seguinte deveria ser a apresentação dos resultados do mês de Abril, contudo, considerando que a azáfama eleitoral chegou ao fim, bem como a habitual dinâmica discursiva e noticiosa quese gera logo de seguida ao dia de todas as decisões, achamos por bem estudar desde logo esta última fase da “crise” política que atingiu a Madeira.

Portanto, oferecemos hoje aos leitores do *astrisco* uma primeira análise sobre o período de campanha e os dias que se seguiram após a noite eleitoral.
Esta análise foi compartimentada entre os dias 23 de Abril e 13 de Maio de 2007, precisamente uma semana depois do domingo das eleições.

Neste período de 21 dias (mais 10 dias do que a análise pós-demissão e menos 10 do que o mês de Março) foi publicado um total de 795 peças noticiosas.
O Diário de Notícias da Madeira (DNM) publicou um total de 474 notícias e o Jornal da Madeira (JM) 321, o maior número de notícias detectado até ao momento durante o processo eleitoral.
Comparativamente aos períodos que analisamos anteriormente - cujos dados pode ser consultados em anteriores artigos – esta é sem dúvida o momento editorial mais profícuo. A este propósito deve-se referir que registamos como notícia para efeitos de análise todos os artigos que se referiam directamente ao momento eleitoral e que não foram confinados ao espaço específico que os meios de comunicação definiram para a acção de campanha dos partidos. Um exemplo disto são as notícias relacionadas com as inaugurações e as polémicas que surgiram.

Como já foi referido, esta é uma das fases da análise que vai merecer a maior ponderção e estudo. No entanto, em jeito de proposta de discussão e de hipótese de trabalho, há um par de notas que podemos desde já partilhar:

1 – Na imensidão de artigos publicados neste dias só detectamos 3 títulos com referência à Lei da Finanças das Regiões Autónomas. É certo que o tema deverá ter sido referido na campanha mais algumas vezes, mesmo que não tenha merecido honras de título. Contudo, não deixa de ser um indicador interessante que nos leva a considerar que será do nosso interesse analisar até que ponto a LFRA foi tema de discussão numa campanha que foi precisamente provocada pela sua promulgação.
Com um pequeno esforço de memória, depressa nos apercebemos que o tema foi ignorado ou, talvez, desvalorizado durante a campanha, tanto pelos políticos como pela comunicação social. Muito provavelmente foi considerada matéria mediática esgotada...! Esta é uma hipótese de trabalho que queremos estudar em pormenor.

2 – uma outra nota de realce é o recurso às aspas nos título. Uma medida editorial que é prática comum noutras alturas ou em particular numa fase tão sensível como um período eleitoral, em que os discursos dos partidos devem ser protegidos e difundidos sem erros? Vale a pena compara o período imediatamente anterios à campanha com o da campanha.

3 – Para os dias de campanha, tanto o JM como o DNM, reservaram um espaço específico para as notícias sobre as acções políticas,com rubricas específicas, como por exemplo a agenda diária dos partidos.


Pensamos que temos aqui matéria para um debate inicial interessante. Seria também curioso começar a saber o que pensam os inúmeros jornalistas que participaram neste campanha sobre os processos noticiosos adoptados e sobre o “espírito” que orientou a cobertura noticiosa de período tão fundamental para a vida da Região.

O *astrisco*








Mudar? A comunicação social regional? Como e para onde?


A comunicação social regional está a mudar, principalmente no sector da imprensa. Sinal dos tempos? Necessidade de evolução natural ou forçada por circunstâncias externas?
É sabido que o Diário de Notícias da Madeira tem vindo a apostar - e bem – no ambiente da internet (entre outras mudanças que estão na agenda); o Jornal da Madeira, segundo o seu director (JM, 1de Agosto de 2007), está a iniciar ”um ciclo de alterações que visam, fundamentalmente, melhorar o produto, não só ao nível da imagem mas também dos conteúdos”; e que, sem dúvida a maior das novidades, surgiu um novo jornal – pasme-se! – gratuito, num espaço mediático regional do qual se diz ser exíguo, pequeno e pouco competitivo.

Num artigo que chamou de “Mudar”, o director do JM dirigiu-se aos leitores do jornal - tirando partido da oportunidade para enviar mensagens a alguns alvos mais específicos – para explicar a extensão das alterações em processo.

Uma iniciativa que me faz lembrar que os jornais falam muito pouco de forma directa com os seus leitores. Um exemplo do receio em fazê-lo, é que apesar do esforço de mudança nos jornais da terra não é equacionado de forma séria pelas respectivas direcções a criação de um “provedor do leitor”.

Se o “comportamento do mercado” tem sido importante para as mudanças em cursos, sejam no JM sejam no DNM, então leia-se com atenção as pretensões de transparência e de credibilidade que os leitores exigem. Por isso, faria todo o sentido a criação da figura “provedor do leitor” como uma resposta a essas pretensões e como forma de defender o sucesso da aproximação do meio de comunicação ao tal “mercado”.

Não há tempo para reflectir, ponderar... É preciso agir sem demora. Sinais do tempo?

A promessa de que os conteúdos serão cuidados está omnipresente em todos os ciclos de mudança. Felizmente, porque acredito que a evolução tem sido no sentido positivo. Mas não será preciso mais para que a comunicação social regional não se renda de forma incondicional à força do “mercado”? É que este já diz, do alto da sua sabedoria trituradora que a tendência das tiragens é para baixar e que o aumento da publicidade na internet é crescente; que os sites e os blogs começam a preencher vazios informativos deixados pela imprensa tradicional; que a informação chega mais depressa num telemóvel ou num computador.
Estes são sinais dos tempos...Muito fortes!
Mudar? Claro, mas com mais afinco, mais certeza e uma melhor perspectiva de longo prazo. Afinal, há também que pensar nos postos de trabalho dos muitos jornalistas que trabalham na Região e naqueles que ainda pretendem ingressar neste meio.

Falta ambição e criatividade... Sinais dos tempos, sem dúvida...


Comentários: Campanha política gerou 795 peças noticiosas
Mudar? A comunicação social regional? Como e para onde? VAMOS PEDIR À SDM-SOCIEDADE DE DESENVOLVIMENTO DA MADEIRA PARA RESPONDER ÀS VOSSAS QUESTÕES, POIS A SDM É ESPECIALISTA A MOLDAR A IMPRENSA... Enviado por Duarte Ferraz em agosto 16, 2007 03:45 PM
De forma diferente que muitos outros blogs que surgiram na nossa praça regional, o *astrisco* tem pautado a sua existência pela seriedade, sentido de responsabilidade, necessária distância e respeito por todas as opiniões, políticas e sensibilidades (pessoais ou de grupo). Ao contrário de outros blogs, este tem um propósito muito definido: o de contribuir para o debate sobre o desenvolvimento da comunicação social regional e de toda a realidade envolvente. Não visa, nem visou em momento algum, a calúnia, a crítica barata e a afirmação sem sentido (ou com sentido dúbio). A abertura de espírito e de debate tem marcado a já comprida existência do *astrisco*: - porque nenhum comentário é censurado; - porque todas as opiniões nos ensinam algo, de bom ou mau; - porque a participação, seja de quem for, é sempre bem-vinda; - porque sabemos que podemos aprender com a diferença de perspectivas. Em relação ao comentário "esclarecido" do participante Duarte Ferraz, o *astrisco* lamenta que este transmita uma ideia dos jornalistas regionais tão menor. o *astrisco* Enviado por astrisco em agosto 23, 2007 11:11 PM
publicado por Marco Freitas às 21:26

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Ago 07
A análise da cobertura noticiosa relacionada com a demissão de Alberto João Jardim e consequente período eleitoral tem sido tema principal no *astriso*.
Como os nossos leitores sabem, já foi elaborada uma primeira análise ao período que rodeou a decisão de Jardim e ao mês que se seguiu, Março.
O passo seguinte deveria ser a apresentação dos resultados do mês de Abril, contudo, considerando que a azáfama eleitoral chegou ao fim, bem como a habitual dinâmica discursiva e noticiosa quese gera logo de seguida ao dia de todas as decisões, achamos por bem estudar desde logo esta última fase da “crise” política que atingiu a Madeira.

Portanto, oferecemos hoje aos leitores do *astrisco* uma primeira análise sobre o período de campanha e os dias que se seguiram após a noite eleitoral.
Esta análise foi compartimentada entre os dias 23 de Abril e 13 de Maio de 2007, precisamente uma semana depois do domingo das eleições.

Neste período de 21 dias (mais 10 dias do que a análise pós-demissão e menos 10 do que o mês de Março) foi publicado um total de 795 peças noticiosas.
O Diário de Notícias da Madeira (DNM) publicou um total de 474 notícias e o Jornal da Madeira (JM) 321, o maior número de notícias detectado até ao momento durante o processo eleitoral.
Comparativamente aos períodos que analisamos anteriormente - cujos dados pode ser consultados em anteriores artigos – esta é sem dúvida o momento editorial mais profícuo. A este propósito deve-se referir que registamos como notícia para efeitos de análise todos os artigos que se referiam directamente ao momento eleitoral e que não foram confinados ao espaço específico que os meios de comunicação definiram para a acção de campanha dos partidos. Um exemplo disto são as notícias relacionadas com as inaugurações e as polémicas que surgiram.

Como já foi referido, esta é uma das fases da análise que vai merecer a maior ponderção e estudo. No entanto, em jeito de proposta de discussão e de hipótese de trabalho, há um par de notas que podemos desde já partilhar:

1 – Na imensidão de artigos publicados neste dias só detectamos 3 títulos com referência à Lei da Finanças das Regiões Autónomas. É certo que o tema deverá ter sido referido na campanha mais algumas vezes, mesmo que não tenha merecido honras de título. Contudo, não deixa de ser um indicador interessante que nos leva a considerar que será do nosso interesse analisar até que ponto a LFRA foi tema de discussão numa campanha que foi precisamente provocada pela sua promulgação.
Com um pequeno esforço de memória, depressa nos apercebemos que o tema foi ignorado ou, talvez, desvalorizado durante a campanha, tanto pelos políticos como pela comunicação social. Muito provavelmente foi considerada matéria mediática esgotada...! Esta é uma hipótese de trabalho que queremos estudar em pormenor.

2 – uma outra nota de realce é o recurso às aspas nos título. Uma medida editorial que é prática comum noutras alturas ou em particular numa fase tão sensível como um período eleitoral, em que os discursos dos partidos devem ser protegidos e difundidos sem erros? Vale a pena compara o período imediatamente anterios à campanha com o da campanha.

3 – Para os dias de campanha, tanto o JM como o DNM, reservaram um espaço específico para as notícias sobre as acções políticas,com rubricas específicas, como por exemplo a agenda diária dos partidos.


Pensamos que temos aqui matéria para um debate inicial interessante. Seria também curioso começar a saber o que pensam os inúmeros jornalistas que participaram neste campanha sobre os processos noticiosos adoptados e sobre o “espírito” que orientou a cobertura noticiosa de período tão fundamental para a vida da Região.

O *astrisco*







Mudar? A comunicação social regional? Como e para onde?


A comunicação social regional está a mudar, principalmente no sector da imprensa. Sinal dos tempos? Necessidade de evolução natural ou forçada por circunstâncias externas?
É sabido que o Diário de Notícias da Madeira tem vindo a apostar - e bem – no ambiente da internet (entre outras mudanças que estão na agenda); o Jornal da Madeira, segundo o seu director (JM, 1de Agosto de 2007), está a iniciar ”um ciclo de alterações que visam, fundamentalmente, melhorar o produto, não só ao nível da imagem mas também dos conteúdos”; e que, sem dúvida a maior das novidades, surgiu um novo jornal – pasme-se! – gratuito, num espaço mediático regional do qual se diz ser exíguo, pequeno e pouco competitivo.

Num artigo que chamou de “Mudar”, o director do JM dirigiu-se aos leitores do jornal - tirando partido da oportunidade para enviar mensagens a alguns alvos mais específicos – para explicar a extensão das alterações em processo.

Uma iniciativa que me faz lembrar que os jornais falam muito pouco de forma directa com os seus leitores. Um exemplo do receio em fazê-lo, é que apesar do esforço de mudança nos jornais da terra não é equacionado de forma séria pelas respectivas direcções a criação de um “provedor do leitor”.

Se o “comportamento do mercado” tem sido importante para as mudanças em cursos, sejam no JM sejam no DNM, então leia-se com atenção as pretensões de transparência e de credibilidade que os leitores exigem. Por isso, faria todo o sentido a criação da figura “provedor do leitor” como uma resposta a essas pretensões e como forma de defender o sucesso da aproximação do meio de comunicação ao tal “mercado”.

Não há tempo para reflectir, ponderar... É preciso agir sem demora. Sinais do tempo?

A promessa de que os conteúdos serão cuidados está omnipresente em todos os ciclos de mudança. Felizmente, porque acredito que a evolução tem sido no sentido positivo. Mas não será preciso mais para que a comunicação social regional não se renda de forma incondicional à força do “mercado”? É que este já diz, do alto da sua sabedoria trituradora que a tendência das tiragens é para baixar e que o aumento da publicidade na internet é crescente; que os sites e os blogs começam a preencher vazios informativos deixados pela imprensa tradicional; que a informação chega mais depressa num telemóvel ou num computador.
Estes são sinais dos tempos...Muito fortes!
Mudar? Claro, mas com mais afinco, mais certeza e uma melhor perspectiva de longo prazo. Afinal, há também que pensar nos postos de trabalho dos muitos jornalistas que trabalham na Região e naqueles que ainda pretendem ingressar neste meio.

Falta ambição e criatividade... Sinais dos tempos, sem dúvida...
publicado por Marco Freitas às 14:56

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