Comunicar pode ser fácil... Se no tempo que a vida nos permite procurarmos transmitir o essencial, desvalorizar o acessório e contribuir, num segundo que seja, para que a mensagem se assuma como tal e não como um universo de segredos...

25
Jan 07
Com o fim de um ano e o começo de um outro, um pouco por todo o País, a análise daquilo que de mais marcante aconteceu nos últimos doze meses multiplica-se nos meios de comunicação social. As colunas de análise percorrem e repetem um conjunto de temas nacionais e internacionais, aceites por todos como os mais fortes candidatos ao sublinhado final do ano, num exercício que nos oferece a particular utilidade de ajudar a determinar o que correu mal, a identificar as opções acertadas e, consequentemente, a contribuir para a definição dos tempos que virão. A situação não difere à nossa escala.
Sob o prisma das razões e dos efeitos mediáticos, atrevo-me a propor para uma breve análise temas como: (1) a problemática da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, (2) a guerra política entre a Madeira e o Continente e o problema de comunicação entre ambas as partes, (3) a relação da Assembleia Legislativa Regional da Madeira com os jornalistas e o caso da indumentária e, por fim, (4) o futuro desenvolvimento da Madeira e as respectivas propostas de estratégia a seguir.

O debate público e político regional ficaram inevitavelmente marcados pela problemática da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, relegando para segundo plano outras temáticas de índole social, económica e politica. O frenesim mediático que deu corpo a esta questão é digno de registo, por vários motivos: a) porque envolveu um leque alargado de agentes da sociedade; b) porque foram debatidos temas de natureza económica habitualmente ignorados pela população e pelas agendas temáticas dos meios de comunicação social; c) porque a comunicação social empenhou-se na divulgação dos diferentes pontos de vista sobre o assunto; d) porque a discussão política entre os dois governos serviu na perfeição os interesses das
audiências dos meios de informação.
Talvez como consequência, a guerra política protagonizada por Sócrates e Jardim trouxe ao de cima as divergências entre os poderes nacionais e regionais com provável epidemia na opinião pública dois dos lados do Atlântico.
De permeio admitiu-se, publicamente, que a Madeira tem um défice de comunicação em relação ao Continente. É um facto consumado há muitos anos que a Região não comunica de forma eficaz, e como um todo, para o Continente. As barreiras são muitas... É verdade!... Como tal, todo o esforço é necessário para mudar a ideia errada que os continentais têm dos madeirenses. A responsabilidade não é só da Madeira... Mas, talvez não tenhamos feito a nossa quota-parte para o estabelecimento de uma plataforma comunicativa aceitável e que contribuísse para manter activos determinados processos importantes para o avançar da autonomia.

A relação amor versus ódio entre os políticos e os jornalistas raramente apresenta novidades na agenda temática e pública, muito por causa do discurso circular que ambos os sectores alimentam. Contudo, de tempos em tempos, surgem “pequenas guerras” como aquela entre o presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira com os jornalistas a propósito da
indumentária a usar quando em trabalho naquela mui nobre casa da democracia regional.
A este propósito podemos discorrer sobre o impacto que alguém “altamente mal vestido” pode ter no ambiente visual, de trabalho e nas pedras basilares da democracia; podemos ainda discorrer sobre o atropelo ao bom-senso e à educação que verificamos acontecer com frequência nas discussões parlamentares; e no limite, podemos até tentar ver reflexos na qualidade do jornalismo praticado pela forma “imprópria” como os profissionais se vestem para as deslocações à ALR... Mas, a verdade, é que esta crise assemelhou-se a uma birra e não a um esforço para zelar pelo ambiente interno da ALR e do respeito que a casa merece. É um daqueles casos que tanto a ALR como os jornalistas deveriam ter dispensado honras mediáticas porque o que sobressaiu desse despique foi uma discussão inócua própria para alimentar a maledicência típica da opinião pública presa as estas querelas. Na prática quais foram os efeitos concretos da discussão? Temos agora um melhor jornalismo político ou uma melhor praxis política?

Com a discussão à volta da LFRA os madeirenses despertaram “violentamente” para uma outra realidade: a da necessária definição de uma nova estratégia de desenvolvimento para a Madeira. Parece que só agora é que a Região tem necessidade de alterar o rumo do plano de desenvolvimento
que tem seguido. É falso, porque de alguns anos a esta parte sectores muito específicos da nossa economia têm vindo a alertar para o conjunto de factores “disruptivos” que indiciavam a necessidade da alterar o rumo da economia regional e prepará-la para a economia global. Com a chegada de uma LFRA altamente prejudicial para as pretensões regionais, com a perda de fundos comunitários, soou o alarme sobre a perda de dinheiros e surgiu a previsão de que não haverá mais crescimento na Madeira, como se o desenvolvimento global da ilha tivesse dependido exclusivamente desse dinheiro e em particular
destas fontes. Ouvimos e vimos ilustres comentadores falar de soluções para o futuro desenvolvimento regional que passam pelo aumento do IVA, pela aposta na agricultura de subsistência e pela manutenção das grandes obras públicas
realizadas. Planos que contrastam com opções de sucesso tomadas por pequenas economias como as da Madeira e que foram no sentido de valorizar a atracção de IDE, a aposta nos serviços internacionais e a criação de clusters de alto valor acrescentado como é o exemplo dos serviços associados às novas tecnologias. É preciso definir uma estratégia clara para a Madeira. Feito isso, há que criar um programa de comunicação, com o apoio equilibrado da imprensa, para que todos os madeirenses entendam o que é pretendido para o desenvolvimento da sua ilha e possam de forma directa ou indirecta colaborar
nesse sentido, com opinião critica e séria e com trabalho. O próximo ano deverá ser decisivo mas, em abono da verdade, o que vimos em 2006 não
é um bom augúrio, na essência, porque descortinamos um reduzido discernimento em relação à definição do nosso futuro. Veremos.
cicerodebraga@netmadeira.com
publicado por Marco Freitas às 09:33

Em 2006 e já no início de 2007 a imprensa nacional e regional registou momentos de particular agitação. A queda generalizada das vendas, a perda de audiências e de mercado publicitário é motivo de preocupação. Eis alguns dos casos mais falados nos últimos tempos: Os maus resultados económicos e editoriais forçaram o jornal da Sonae a mudar em 2007. Vai aparecer renovado e com um modelos de negócios diferente, tudo porque, em 2006, os resultados
dizem que o terceiro trimestre apresentou prejuízos na ordem dos 3,5 milhões de euros; o volume de negócios desceu 1,7% , a circuação media mensal caiu de 50,7 mil exemplares para 44,2 mil e a quota de mercado publicitário acompanhou a queda de 15,8 para 13,9%. O seu director, José Manuel Fernandes, espera que a nova estratégia faça do Público “um polícia sinaleiro que oriente os leitores num determinado caos”. Caos, para o qual tem contribuído a atitude de alguns dos seus jornalistas. Por isso, esperemos que a mudança não seja só ao nível da imagem e dos preços dos espaços para publicidade. Que não seja só fachada...

O fim do Independente fez lembrar a queda de um gigante com pés de barro.
O semanário que dizem ter provocado o fim político de Cavaco Silva não chegou à maturidade: 18 anos depois da sua fundação editou o seu último número, precisamente quando o presidente da nação é o ex-Primeiro Ministro.
Foi em 1988 que a dupla Miguel Esteves Cardoso (MEC para os amigos) e Paulo Portas (PP para os portugueses) lançaram as bases de um título que muitos dissabores viria a criar à classe política portuguesa. Coincidência ou não, ou simples ironia do destino com o retiro de Cavaco as vendas começaram a cair sem parar e as várias tentativas para reanimar o espírito irreverente e polémico que criara, então já com Inês Serra Lopes à frente do projecto, falharam. Em 1995 emitiam 90914 exemplares e em 2006 esse número não passava de uma miragem já que fechou as portas com 9392 exemplares. Foi o estilo de fazer jornalismo que falhou ou a promiscuidade com a classe política que contibuiu para a dimiuição de credibilidade, peça fundamental para a adesão das audiências?

José António Saraiva pôs um ponto final na gloriosa carreira que tinha no mais prestigiado semanário nacional, muito provavelmente o mais influente do país, e criou o SOL, aparentemente com o intituito assumido de ocupar um espaço que o Expresso não conseguiu e, com um outro um pouco mais velado, o de roubar efectivamente leitores no terreno do Expresso. Enfim, provar que o Expresso não é imbatível. O Expresso, com anos de experiência às costas, não esperou para ver e mudou: de broadsheet para berliner, novas cores e tipos de letra,textos mais curtos e mais destaque às fotos. Para fazer frente às primeiras investidas do SOL lançou DVD’s de grandes filmes a custo imbatível, um brinde para os leitores e para o próprio título pois ajudou a subir as vendas e a afastar o espectro de uma hecatombe com o novo SOL. O SOL não surgiu para ser um novo “Expresso” mesmo que no seu intimo a vontade seja a de criar uma nova tradição de leitura ao sábado. Ainda é cedo para falar de sucesso ou insucesso
do projecto. Existem leitores a comprar os dois semanários, com claro prejuízo para os diários de sábado, mas até quando a sua leitura poderá ser
complementar? O Expresso venceu a primeira batalha...

Atento às mudanças, beneficiando do facto de ser o líder no mercado da comunicação social na Madeira, à laia de sinal dos tempos, o Diário de notícias da Madeira lançou aquilo que denominou de Plataforma Digital, por outras palavras, tornou a sua página na NET mais interactiva, com notícias redigidas exclusivamente para aquele espaço e com actualização permanente. A ambição é a de convencer e atrair novos públicos apelando a uma participação através das novas tecnologias. É um projecto de futuro mas que precisa de mais algum dinamismo, de maior atractividade e também publicidade um pouco
mais apurada para vingar na junto dos públicos em geral.

O Notícias da Madeira disse adeus à comunicação social regional. Sobre esta questão uma nota muito breve para lançara interrogação de como é que é possível edifica um projecto desta natureza - note-se que uma empresa de comunicação social não pode nem deve ser vista como uma empresa comum porque assume responsabildiades de peso com a res publica - sem uma análise conveniente à sua viabilidade?... Pelo menos é o que indicia o fim prematuro deste interessante projecto. O mercado regional é pequeno o que, por si só, deve obrigar a cuidados redobrados do ponto de vista empresarial. O que pode ter falhado(?): a vertente editorial adoptada, a vertente comercial ou, pura e simplesmente, a gestão do projecto? Seria absolutamente interessante
conhecer - mesmo que ao de leve - algumas das causas para o fracasso do projecto no sentido de podermos aprender com os erros e de deixar uma mensagem séria a futuros projectos jornalísticos. Na calha parece estar prevista uma reestruturação do Jornal da Madeira, numa altura em que se
conhece as intenções do Governo da República em proibir organismos de soberania de possuir meios de comunicação social impressos (Resta saber que explicação dará o Governo nacional para continuar a deter a RTP, um canal televisivo com níveis de audiência superlativamente maior do que um qualquer jornal nacional ou regional. A reestruturaçã odo Jornal da Madeira será bemvinda desde que elimine alguns dos vícios existentes e que teimam em manter o JM muito longe das perfomances do Diário. Por outras palavras, é
imperioso tornar o Jornal rentável. Missão impossível? Depende da gestão adoptada, da capacidade para controlar custos e da política de marketing a desenvolver. Com objectivos de rentabilidade claros e práticas de boa gestão,
o Governo Regional poderia defender-se dos argumentos que justificam os ataques ao Jornal, até porque, na essência, o que está em causa são os dinheiros dos contribuintes. Liberdade de expressão e de informação? Se o JM vendesse muito e fosse lucrativo - o que pressupõe uma grande audiência - poder-se-ía dizer que estes princípios eram colocados em causa?
Heritage, organizado pela Comissão

Os números da imprensa nacional
A APCT – Associação Portuguesa de Controlo de Tiragens anunciou que nos três primeiros trimestres de 2006 os diários generalistas venderam menos 16,294 exemplares (24H, Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Público). O título que registou a maior queda foi o 24H e depois o Público. O CM continua a ser o título que lidera a tabela dos diários generalistas porque vende 113,3 mil exemplos. Aliás, é o único deste segmento que vende acima dos 100 mil. Contra a maré, os gratuitos continuam a ganhar terreno aos títulos pagos. Reforçaram a sua circulação em 38%. Uma das disputas curiosos de 2007 foi a que colocou face a face o Expresso e o Sol. Apesar de não haver números da evuçãool novo semanário, é sabido que no mês do lançamento atingiu um total de vendas de 126,2 mil exemplares. O Expresso, em linha com toda a imprensa nacional, também baixou durante os primeiros 9 meses do ano mas, em Setembro, graças à promoção dos DVD’s, registou vendas na ordem dos 175 mil jornais. Uma outra disputa curiosa tem acontecido entre a Sábado e a Visão. A primeira revista registou um crescimento de 12% e a Visão caiu 5,4%. A Visão tem uma média de circulação paga à volta dos 94 mil exemplares e a Sábado ronda os 70.000. Mesmo assim a Visão está a preparar uma remodelação.... Finalmente, no segmento dos económicos, a nota de destaque é que no todo dos títulos em actividade foram vendidos menos 1%.
publicado por Marco Freitas às 09:32

Alguém rompeu com o bloqueio que proibia, especificamente, o uso de telemóveis durante todo o processo da aplicação da sentença de morte. Um
bloqueio, como todo o mundo pode verificar, que não foi cumprido...
A quem interessaria a divulgação da execução “legal” da Saddam Hussein? Que vantagens poderia ter o actual governo de Bagdad com tal macabra exibição? Qual o contributo que a morte do ex-tirano e consequente publicitação trouxe ou poderia ter trazido à pacificação do país? O governo iraquiano anunciou a abertura de um inquérito ao processo de execução e aos soldados presentes. A convicção do Governo é que a sua divulgação contribuirá fortemente para o aumento do sectarismo e da intraquilidade no país. Para além disto, também merece uma crítica muito forte a exploração prévia da comunicação social ocidental sobre a possível divulgação da execução do ex-tirano como que incentivando precisamente aquilo a que viemos a assistir. Aliás, a reprodução posterior nos meios de comunicação tradicionais do video produzido durante a execução veio confirmar a vontade prévia de expôr aquela situação macabra. Em alguns casos por motivos políticos noutros devido aos "apelos" das audiências.
publicado por Marco Freitas às 09:31

O organismo internacional Repórteres Sem Fronteiras revelou que 2006 foi um ano negativo para os jornalistas. Segundo o seu relatório anual pelo menos 81 jornalistas foram mortos em 2006, o maior número desde 1994. Mais uma vez, a situação vivida no palco de guerra do Iraque é a principal causa das mortes,
confirmando que é actualmente o local mais perigoso para o desempenho das funções jornalísticas. Para além deste indicador, o relatório diz que 32 técnicos e assistentes foram também mortos ao longo do ano. Para além desta nota sobre o número de mortes, o relatório concentra-se também no registo de prisões e de ataques à liberdade dos meios de comunicação social. Segundo os dados da RSF 871 jornalistas foram presos e 1472 meios de comunicação social foram atacados ou ameaçados.
Por todas estas razões este é um dos piores anos de sempre para o sector. Reza a história que o último ano tão dramático em termos de perdas de vida remonta a 1999, altura em que morreram 103 jornalistas, basicamente devido à cobertura do célebre genocídio do Ruanda. Em 2005, foram mortos 63 jornalistas, em 2004 cerca de 53 e em 2003 morreram 40 profissionais. Um outro relatório, nomeadamente do Comité para a Protecção dos Jornalistas nos Estados Unidos, é mais conservador e revela que em 2006 foram mortos 55 jornalistas no exercício das suas funções, considerando que outras 27 mortes
podem ter sido relacionadas. A razão desta discrepância de números ao nível
das organizações de controlo reside essencialmente nos critéros usados para a classificação dos jornalistas. Um aspecto que deveria merecer maior atenção dos organismos internacionais.
publicado por Marco Freitas às 09:31

Um trabalho de análise denominado “Media industry facing biggest repheaval since Gutemberg” diz que a influencia da digitalização ainda vai demorar a fazer-se sentir na TV e a expulsar a publicidade dos canais. Ainda assim, segundo este estudo da autoria do Deutsche Bank Research
avisa que a indústria televisiva vai a médio prazo mudar o conceito dos blocos tradicionais de publicidade nos intervalos dos programas, num proceso que pode significar o fim irreversível da televisão tal como a conhecemos, já que se encaminha para um modelo personalizado, on-demand, onde não há prime-time. As empresas de televisão começam a adaptar-se à mudança recorrendo a formas alternativas de publicidade como as divisões no ecrã para anúncios em simultâneo, ou ainda, os rodapés, o “brand entertainment” (publicidade integrada em programas”) e o product placement”. Estas mudanças são também aconselhadas pela perda de audiências e de verbas na publicidade
devido ao crescimento da internet.

Até 2010 é esperado um crescimento do mercado publicitário mundial a uma taxa anual de 6,2%. Apesar de se prever um abrandamento, os Estados Unidos continuará a ser o maior mercado publicitário. O mercado da Região da Ásia e Pacífico é aquele que continua a mostrar o crescimento mais rápido, designadamente devido aos impulsos económicos da China e da India.

Em 2006, a RTP, SIC e TVI emitiram 3 mil notícias relacionadas com os meios regionais e locais, um dado que representa 4,9% do total das notícias publicadas.

Um estudo da PricewaterhouseCoopers denominado “Global Entertainment and Media Outlook 2006-2010” revela que em 2007 o sector dos media e do entretenimento em Portugal atingiu os 3 mil milhões de euros.

Os responsáveis de topo das empresas e os quadros superiores do sector financeiro preferem ler o Diário Económico e depois o Público. O terceiro jornal mais requisitado é no caso dos responsáveis das empresas o DN e no caso do sector financeiro o Jornal de Negócios.
publicado por Marco Freitas às 09:29

17
Jan 07
A primeira edição de 2007 vai passar em revista alguns dos momentos mais quentes da comunicação social em 2006, tanto a nível nacional como regional.

Para além das rubricas habituais teremos de análise.
Como não poderia deixar de ser há espaço para a participação externa. É só querer, saber e ter capacidade de crítica séria.

o *
publicado por Marco Freitas às 16:28

04
Jan 07
Hoje, o Notícias da Madeira anunciou através das páginas desta última edição o adeus à comunicação social regional.

Sempre considerei as despedidas momentos estranhos porque, na verdade, quase sempre entre abraços, entre soluços e lágrimas ou nas recordações que viajam à velocidade do tempo, acontecem nos derradeiros minutos ou segundos coisas verdadeiramente estranhas.

Hoje, foi assim com o Notícias da Madeira. Ao folhear a edição, talvez com atenção redrobada, verifiquei que afinal tinha website (ver página 2 em rodapé) - uma das raras críticas sérias que fazia a este projecto ainda em desenvolvimento estava relacionada com a ausência de uma aposta clara e forte numa página na internet como meio para manter uma relação viva entre o semanário, os seus jornalistas e os leitores.

Não hesitei e escrevi na barra do endereço: www.noticiasdamadeira.pt... Ainda não sei se foi curiosidade ou a tentativa de guardar mais uma imagem do Notícias, uma imagem que sempre exigi como leitor.

Surpreendentemente, na página de entrada encontrei a seguinte mensagem: "página em actualização. Brevemente on-line".

Confirmava assim a teoria de que as despedidas têm sempre algo de estranho, enfim, vi uma mensagem de esperança naquela página vazia...Uma mensagem de esperança não para o projecto mas para os profissionais do Notícias que com muito suor e querer mantiveram vivo pedaços de jornalismo.

A página negra que encerra hoje a edição do Noticias, apesar de simbolicamente forte e interessante, a meu ver deveria ter sido substituída por um sorriso enorme dos profissionais que mantinham o Notícias, porque a sua presença e actividade no jornalismo regional deverá ser recordada assim e não como uma página apagada, escurecida....

Este momento de crise pessoal não é o mais indicado para considerandos de ordem técnica sobre a criação e a gestão de projectos desta natureza no espaço regional. Ou ainda sobre a responsabilidade de proporcionar informação à opinião pública sem projectos editoriais fortes... O *astrisco* abordará estas temáticas mais tarde, espera-se, com a colaboração de muitos...

Aos profissionais do Notícias: BOA-SORTE

o *astrisco*
publicado por Marco Freitas às 11:56

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